biodegradável

De 22 bares e restaurantes visitados, somente um utiliza canudinho permitido pela nova lei

da redação


Foto: Pedro Piegas (Diário)
Imperial 993 tem apenas canudos de papel biodegradável

ATUALIZADA - matéria atualizada às 18h28min de 10 de abril de 2019

Depois de ser aprovada pela Câmara de Vereadores no ano passado, já é lei a proibição do uso de canudos de plásticos em lanchonetes, restaurantes, hotéis e outros tipos de estabelecimentos em Santa Maria. Quem não cumprir com a regra, leva multa. Porém, basta circular pelos restaurantes e bares de Santa Maria para perceber três situações diferentes: o uso adequado, tal qual prevê a lei municipal, de canudos de papel biodegradável; o uso dos canudos de plástico, já proibidos na cidade e, por fim, o uso, em alguns locais, de materiais alternativos ao plástico mas que não são citados na lei (veja abaixo). Em caso de fiscalização e descumprimento da lei, a multa prevista é de 500 Unidades Fiscais Municipais (UFMs), valor que hoje corresponde a R$ 1.733,33 na primeira vez. Em caso de reincidência, o valor dobra.

Lei que exige canudos de papelão em Santa Maria divide opiniões

O Diário foi até o centro de Santa Maria na manhã e na tarde desta terça-feira e visitou 22 estabelecimentos, entre bares, lancherias, restaurantes e cafés. Desses, 13 estão utilizando canudos de plástico biodegradável; 4 aboliram totalmente o uso de qualquer tipo de canudo; 4 ainda utilizam os canudos de plástico tradicionais. Em apenas um local é possível encontrar o canudo biodegradável de papel, único que seria permitido.

Desde novembro, antes da lei entrar em vigor, o restaurante Imperial 993, na Rua Floriano Peixoto, parou de oferecer canudos junto com as bebidas. O gerente Marcelo Di Fante Camillo conta que o canudo é distribuído apenas em situações especiais, como em caso de pessoas que têm dificuldades de consumir o líquido direto do copo.

- Os garçons sempre indicam aos clientes que não estamos mais oferecendo os canudos. Tentamos nós mesmos fazer esse trabalho de conscientização. Adquirimos o canudo de papel, mas é só para quem não tem condições de beber no copo. Não seria condizente com a nossa forma de trabalho seguir ofertando o canudo de plástico. Trabalhamos com uma perspectiva ecológica, de reaproveitamento - relata o gerente.

Após chuva, buracos reabrem nas vias de Santa Maria

De acordo com Camillo, a recepção dos clientes têm sido positiva. Alguns ainda pedem o canudinho, mas, diante da negativa dos funcionários, percebem que o uso do mesmo não é imprescindível. 

Já no restaurante de comida árabe Tarbush, na Bozano, o uso de canudos foi abolido no início deste ano. Desde então, o gerente Fábio Costa tem buscado um fornecedor que entregue canudos de papel, mas, ainda não encontrou. Por enquanto, o estabelecimento não tem oferecido o canudinho aos clientes.

- Queremos estar em conformidade com a lei. Os clientes têm se mostrado compreensivos com o fato de não oferecermos canudos. Até porque muitas pessoas que vêm até o nosso estabelecimento procuram por comidas vegetarianas ou veganas, tem um envolvimento com questões do meio ambiente - relata Costa.


Foto: Pedro Piegas (Diário)
No Tarbush, os canudos foram abolidos 

PLÁSTICO NÃO É PERMITIDO
A lei aprovada no ano passado substitui uma outra que estava em vigor desde 2013. A nova regra diz que os estabelecimentos "deverão fornecer aos seus clientes apenas canudos de papel biodegradável embalados com material semelhante".

Apesar de a lei não citar outros tipos de canudo, também não os proíbe. Quando projeto, antes de ser aprovado, a justificativa do vereador Admar Pozzobom (PSDB), autor da proposta, era "aumentar a preservação ambiental".  De acordo com a prefeitura, o plástico biodegradável é proibido, mas o uso de materiais alternativos como canudos de vidro ou de metal, por exemplo, são permitidos.

O plástico biodegradável, porém, é tido como correto em alguns restaurantes da cidade. 

Prazo para pedir isenção de taxa do Enem termina nesta quarta

A proprietária de um dos estabelecimentos visitados contou que chegou a comprar canudos de papel, mas que um pacote com 500 unidades custa mais de R$ 100, e, por isso, optou por comprar os canudos de plástico biodegradável, que ainda são mais caros que os comuns, porém mais acessíveis economicamente que os de papel biodegradável. Além do custo do material permitido, outra dificuldade é encontrar o canudo de papel biodegradável para comprar.

Em um dos locais que aboliu totalmente o uso de qualquer tipo de canudo, o gerente afirma que muitos clientes reclamam da medida. Ele conta que alguns continuam pedindo o item e, por vezes, até deixam de consumir as bebidas porque acham inconveniente consumir direto da garrafa ou lata. Ele afirma que já encomendou os canudos biodegradáveis e, por causa do preço, o valor das bebidas podem até subir. 

- Tivemos uma queda de 30% de vendas desde que paramos de oferecer o canudo (de plástico), porque as pessoas ainda exigem. A saída vai ser comprar e aumentar o preço do refri e do suco - conta o gerente, que prefere não ser identificado.

COMO DENUNCIAR 
Os consumidores que estiverem em um restaurante ou bar e ver o uso de canudos de plástico, podem fazer uma denúncia para a Ouvidoria da prefeitura:

  • Pelo telefone 156
  • Ou presencialmente, no 4º andar da prefeitura (Venâncio Aires, 2.277)
  • De segunda a sexta-feira, das 7h30min às 13h 

Colaborou Janaína Wille e Victoria Debortoli

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Acesso secundário ao campus da UFSM ficará fechado a partir das 23h Anterior

Acesso secundário ao campus da UFSM ficará fechado a partir das 23h

Idosa morre atropelada ao tentar atravessar rodovia em São João do Polêsine Próximo

Idosa morre atropelada ao tentar atravessar rodovia em São João do Polêsine

Geral